O
livro o Pequeno Príncipe foi um dos primeiros livros que li na
adolescência. Os livros sobre Química, Física, Matemática e alguns outros não
contam (risos!)! Acho que tinha uns 15 anos. Estava na biblioteca da escola
pública do qual me formei e aquele ambiente dito como BIBLIOTECA me parecia um lugar místico. Era uma variedade de cores,
títulos, temas e quantidade de páginas. Havia também uma variedade imensa de
tipos e cores de letras impressas na capa dos livros e que nada se comparava
com as minhas letras no meu caderno, inclusive, minha professora de Português
insistia para eu usar um ‘caderno de caligrafia!’ “Minha letra era horrível!”
(risos!)
Meus
colegas entraram naquela biblioteca e eu entrei depois. Estava tímido, afinal,
aquele universo não fazia parte da minha realidade. “Que universo estaria ali escondido
naquele ambiente que guardava milhares de folhas?”
Finalmente
entrei. No meu lado direto tinha uma prateleira com uns nomes de autores e
títulos estranhos, como: Memórias Póstumas de Brás Cubas de
um tal de Machado de Assis. Abri
esse livro é estava escrito: “ao verme que primeiro roeu as frias carnes
do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas”. Fiquei
com medo e fechei rápido o livro! Só anos mais tarde tive a coragem de abrir de
novo o livro (risos!)! Não era tão assustador quanto imaginava!
Passos
depois, encontro um cara que se chamava Carlos Drummond de Andrade. Conhecia Carlos Henrique, Carlos Eduardo,
Carlos Alberto mas Carlos Drummond nunca havia ouvido falar. Confesso que achei
que o nome dele estava escrito errado, até então, havia aprendido que o “M” vem
antes de “P” ou “B” e ele tinha 2 “Ms” no nome (risos!)! Na página do livro
dele que abri continha:
No
meio do caminho
No
meio do caminho tinha uma pedra
tinha
uma pedra no meio do caminho
tinha
uma pedra
no
meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca
me esquecerei desse acontecimento
na
vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca
me esquecerei que no meio do caminho
tinha
uma pedra
tinha
uma pedra no meio do caminho
no
meio do caminho tinha uma pedra.
Ele
podia até ter um “M” a mais no nome, mas suas frases tinham sonoridade, ritmo,
estética, emoção. Minha professora me explicou então o que era poesia e poema: “poesia
é tudo aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimentos. É qualquer
forma de arte que inspira e encanta, que é sublime e bela”.
Já
estava quase acabando a aula e eu continuava explorando aquele “mundo novo”. Olho
para o lado direito e vejo a fotografia de um cara que usava chapéu, óculos redondos
e um bigodinho estiloso. Ele se chamava Fernando Pessoa. Abro um de seus livros em uma página qualquer e fico fascinando com
o que estava escrito:
Ó mar
salgado, quanto do teu sal
São
lágrimas de Portugal!
Por
te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos
filhos em vão rezaram!
Quantas
noivas ficaram por casar
Para
que fosses nosso, ó mar!
Valeu
a pena? Tudo vale a pena
Se a
alma não é pequena.
Quem
quer passar além do Bojador
Tem
que passar além da dor.
Deus
ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas
nele é que espelhou o céu.
O tempo da biblioteca
acaba! “E quanto ao Pequeno Príncipe"? Você deve estar se perguntando! Descobri que ele está sempre por aí, escondido
bem pertinho de você! Duvida? “Ouça a
história e depois me diga se o encontrou! Caso não o encontre peça ajuda a uma criança!"
Referências
Poemas de Fernando Pessoa <http://www.revistabula.com/522-os-10-melhores-poemas-de-fernando-pessoa-2/> Acesso em: 04 de jan. 2016
Poemas de Carlos Drummond de Andrade <http://www.revistabula.com/391-os-dez-melhores-poemas-de-carlos-drummond-de-andrade/> Acesso em: 04 de jan. 2016
Significado: poesia < http://www.significados.com.br/poesia/> Acesso em: 04 de jan. 2016
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